Sempre acreditei que cada livro deve ser lido numa altura/idade própria. Não só pelo modo como encaramos e absorvemos toda a história, mas também porque os nossos gostos vão mudando.
Quando tinha os meus 13, 14, 15 anos ‘devorei’ quase toda a colecção de Paulo Coelho. Comecei pelo Alquimista, passei pelo Diário de um Mago, Monte Cinco, Na Margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei, A Senhorita Prim, Brida…enfim, sei que, na altura, apenas me faltava ler As Valquírias para ter toda a colecção! Mas foi Verónica Decide Morrer que mais me marcou. É sabido que os livros de Paulo Coelho apelam à espiritualidade, e nos fazem reflectir sobre diversos assuntos. Recordo que n’O Alquimista a personagem ia à descoberta de si própria e falava dos assuntos da alma; no Diário de um Mago, Paulo Coelho falava do seu percurso espiritual no caminho francês de Santiago de Compostela; em Brida lidamos com uma jovem que anseia tornar-se bruxa, e somos rodeados de magos nas florestas, bruxas e vivências de vidas passadas; e em Monte Cinco somos confrontados com a importância da permanência do sentimento de esperança nas nossas vidas.
Em Verónica Decide Morrer somos confrontados com a morte, o suicídio, o desespero. Verónica ao tentar o suicídio, mas sem sucesso, vê-se internada num hospital psiquiátrico onde muitos outros jovens esquizofrénicos se encontram. Conta-nos a vida de cada um, e de como cada um deles é feliz na sua ‘loucura’. Talvez por isso tenho sido marcante: podemos ser loucos e felizes, mesmo que sejamos ‘etiquetados’ pela nossa loucura.
Quando alguém quer uma coisa, todo o Universo conspira para que possa realizá-la.
(em O Alquimista)
Classificação: Romance
Ano de edição ou reimpressão: 2000; Editor: Pergaminho; Encadernação: Capa mole; Páginas: 248